Os discos intervertebrais atuam como amortecedores entre as vértebras. O termo hérnia discal se refere à ruptura do anel discal, com saída do material interno, provocando compressão de uma ou mais raízes nervosas na região lombar.
Sabe-se que com o passar dos anos o disco desidrata, perdendo altura e elasticidade. Suas fibras apresentam fissuras, favorecendo a ruptura, que, em mais de 95% das vezes se dá entre as vértebras L4-5 ou L5-S1.
Tipicamente apresentam dor lombar seguida de dor na nádega, aguda, e irradiação dolorosa para um dos membros inferiores (ciatalgia). Na compressão mais intensa do nervo, os sintomas, além de dolorosos, comprometem a motricidade e a sensibilidade do membro acometido. A localização dos déficits motor e/ou sensitivo depende de quais raízes nervosas lombares estão comprometidas.
No diagnóstico diferencial da hérnia discal lombar devem ser considerados fraturas vertebrais, neoplasias da coluna vertebral, processos inflamatórios ou infecciosos, comprometimento dos nervos periféricos, dores ligamentares, fibromialgia e dor miofascial.
Na grande maioria dos casos o diagnóstico é estabelecido através de uma história clínica detalhada, exame neurológico completo e pela realização de ressonância magnética da coluna lombar. O exame de eletroneuromiografia pode ser necessário para caracterizar melhor o dano neural.
A despeito da dor intensa e incapacitante nos quadros agudos, mais de 90% das pessoas melhoram com tratamento clínico em um período de duas a oito semanas, podendo retomar suas atividades diárias após este período. Assim, o manejo inicial do paciente é geralmente conservador: repouso, analgesia e relaxamento muscular.
A indicação cirúrgica fica restrita àqueles casos refratários aos tratamentos clínicos, ou com dano motor e esfincteriano severo.
Os portadores de dor lombociatálgica recorrente também são candidatos ao tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico padrão é a microcirurgia para remoção do material discal herniado.
O período de recuperação é geralmente curto, podendo o paciente retomar suas atividades diárias geralmente após duas semanas do tratamento cirúrgico.